Saber como dar feedbacks difíceis sem gerar conflitos é uma habilidade cada vez mais valorizada em ambientes profissionais. De acordo com o professor Bruno Garcia Redondo, dominar essa prática envolve encontrar um equilíbrio entre franqueza e sensibilidade. Isso significa abordar problemas sem agressividade, buscando soluções e não culpados, o que exige preparo, empatia e boa comunicação.
Até porque, quando mal conduzido, o feedback pode se transformar em um campo de tensão, afetando relacionamentos, produtividade e clima organizacional. Por outro lado, quando bem estruturado, ele fortalece a confiança, estimula o desenvolvimento profissional e evita retrabalho. Interessado em saber mais? Confira, a seguir!
Por que o feedback ainda gera tanto desconforto?
Apesar de sua importância, o feedback ainda é visto com resistência por muitas pessoas. Isso acontece, em grande parte, porque há uma associação automática entre feedback e crítica negativa. Muitas vezes, quem o oferece teme parecer autoritário, enquanto quem o recebe sente-se julgado.
Segundo Bruno Garcia Redondo, o desconforto tende a surgir quando a conversa não é construída com cuidado. Faltam clareza, contexto e respeito mútuo. Ademais, a ausência de uma cultura organizacional que valorize o diálogo transparente contribui para tornar o feedback um momento temido, e não produtivo.
Logo, promover uma cultura de feedback contínuo e naturalizado é uma das chaves para diminuir esse desconforto. Quando as trocas se tornam parte da rotina e não apenas reações a erros, os envolvidos passam a entender o processo como parte essencial do desenvolvimento.
Como preparar o terreno para um feedback difícil?
A preparação é essencial para que o feedback seja bem recebido e cumpra seu papel. Isso começa pela escolha do momento adequado, de um local reservado e de um tom de voz equilibrado. O objetivo deve ser sempre o de construir, nunca o de punir ou constranger.
Outro ponto fundamental é a definição de um foco claro. Conforme destaca o professor Bruno Garcia Redondo, o feedback perde impacto quando se torna genérico, pessoal ou evasivo. Por isso, deve-se abordar comportamentos específicos, com base em fatos e não em suposições, evitando julgamentos.
A escuta ativa também tem papel central. Durante a conversa, é importante estar aberto ao ponto de vista do outro, demonstrando interesse genuíno e disponibilidade para o diálogo. Esse equilíbrio entre assertividade e empatia contribui para um ambiente de confiança mútua.
Quais técnicas ajudam a equilibrar firmeza e empatia?
Existem métodos que facilitam a entrega de feedbacks difíceis sem que o clima se torne hostil. Essas técnicas ajudam a estruturar a conversa de forma construtiva, preservando a relação e incentivando a mudança de comportamento. Em seguida, veja algumas abordagens que ajudam nesse processo:
- Modelo sanduíche: inicia com um elogio sincero, apresenta o ponto de melhoria e finaliza com reforço positivo.
- Foco no comportamento, não na pessoa: evita generalizações e críticas pessoais.
- Uso de perguntas abertas: convida à reflexão e à corresponsabilidade pela solução.
- Validação de sentimentos: reconhece que o outro pode se sentir desconfortável e legitima essa emoção.
- Acordo sobre próximos passos: conclui a conversa com metas claras e compromisso mútuo.
Essas estratégias tornam a troca mais leve, sem perder a objetividade. Assim, quando o colaborador percebe que há boa intenção por trás do feedback, a resistência diminui consideravelmente.
Como manter o diálogo saudável após um feedback delicado?
Oferecer um bom feedback não termina com a conversa inicial. O acompanhamento posterior é igualmente importante para garantir que a mudança ocorra e que a relação continue fortalecida. Isso inclui manter a escuta aberta, observar o progresso e reconhecer os avanços.
Além disso, é recomendável retomar o tema em outro momento, de forma breve, para verificar se o direcionamento está sendo aplicado e se ainda há dúvidas. Essa continuidade demonstra comprometimento e respeito pelo processo de crescimento do outro. Sem contar que a construção de confiança é gradual. Quando o feedback é oferecido de forma respeitosa e consistente, ele passa a ser visto como ferramenta de apoio, e não de ameaça, como ressalta Bruno Garcia Redondo.
O que fazer quando o feedback não é bem recebido?
Por fim, mesmo com todos os cuidados, é possível que o feedback cause reações defensivas. Nessas situações, manter a calma e o respeito é essencial, como frisa o professor Bruno Garcia Redondo. Portanto, não se deve insistir ou confrontar, mas sim dar espaço para que a outra pessoa reflita.
Isto posto, o ideal é retomar a conversa em outro momento, buscando novas abordagens e reforçando a intenção de colaborar. Porém, quando há resistência recorrente, pode ser necessário envolver outras lideranças ou o setor de RH para intermediar a situação. Mas, no final das contas, o importante é não abrir mão do diálogo construtivo, mesmo diante de obstáculos.
Feedbacks difíceis podem ser grandes oportunidades
Em resumo, dar feedbacks difíceis sem gerar conflitos exige preparo, empatia e firmeza. Todavia, quando feito com responsabilidade, o retorno construtivo fortalece laços, promove o crescimento individual e melhora o desempenho coletivo. Desse modo, esse tipo de comunicação precisa ser constante e bem conduzida, tornando-se parte da cultura organizacional. Assim, ao cultivar esse hábito, líderes e equipes constroem relações mais sólidas, transparentes e produtivas.
Autor: Ivan Kuznetsov
