As regiões de Santa Catarina estão ficando isoladas e vão se tornando verdadeiras “ilhas” diante do caos que se tornou a infraestrutura rodoviária do Estado. A interdição do Morro dos Cavalos, em Palhoça, é um exemplo do quanto as cidades catarinenses são reféns da suscetibilidade das estradas. Nesta situação da BR-101, como se vê, o Sul catarinense ficou praticamente “desligado” do eixo central diante da falta de rotas viáveis para os deslocamentos. Os trechos existentes como alternativa são frágeis.
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Mas não é somente no Morro dos Cavalos que está o problema. Se olharmos para o “outro lado” da BR-101, no sentido Norte, vamos enxergar outra situação perigosa. As filas constantes no caos da região de Itajaí e Balneário Camboriú vão isolando e criando “ilhas” entre a Capital catarinense e duas das maiores cidades do Estado: Blumenau e Joinville. Fazer o deslocamento entre Florianópolis e estes pontos tornou-se uma romaria diária para qualquer pessoa.
O mesmo ocorreu na BR-470, quando a rodovia desmoronou e ficou mais de 40 dias fechada em Rio do Sul. O Alto Vale permaneceu “isolado” por não ter a principal via de ligação funcionando. E, assim, como nos demais casos, não havia rotas alternativas de curto deslocamento e nas condições adequadas para o tráfego dos veículos.
Santa Catarina, aos poucos, vai isolando cidades e dificultando a vida das pessoas pela falta de infraestrutura. É urgente uma reação de investimentos em rotas alternativas para cada uma das regiões catarinenses. Do contrário, continuaremos reféns de casos como o Morro dos Cavalos. Deslizamentos, como também vimos na BR-376, na ligação com o Paraná em 2023, fazem o Estado amargar prejuízos.
Dar uma resposta a este cenário caótico que se desenhou, é também mostrar que Santa Catarina está ouvindo o apelo de quem fica horas e horas nas filas. O Estado está se isolando, e as “ilhas” só vão aumentar se não houver algo que possa garantir a conexão completa das regiões.