O paraquedismo, hoje uma atividade esportiva e militar essencial, tem raízes que remontam há milênios. Segundo o entendedor Paulo Cabral Bastos, desde os primeiros experimentos na China antiga até as sofisticadas técnicas de salto militar e esportivo do século XXI, a evolução do paraquedismo reflete a busca incessante do ser humano por dominar os céus. Ao longo dos séculos, invenções transformaram dispositivos rudimentares em equipamentos seguros, capazes de salvar vidas e revolucionar estratégias de guerra.
Neste artigo, exploramos essa jornada fascinante, desde os primeiros protótipos até as aplicações modernas.
Quais foram as primeiras formas de paraquedismo na história?
As origens do paraquedismo estão ligadas à China antiga, onde registros históricos indicam que, por volta de 200 a.C., acrobatas usavam dispositivos semelhantes a guarda-chuvas gigantes para amortecer quedas durante espetáculos imperiais. Um dos relatos mais antigos descreve o Imperador Shun, que teria sobrevivido a uma queda de uma torre usando um artefato de seda e bambu.
No mundo ocidental, Paulo Cabral Bastos explica que os primeiros registros aparecem no século IX, com o polímata árabe Abbas Ibn Firnas, que tentou planar usando uma estrutura rígida coberta de tecido. Séculos depois, Leonardo da Vinci projetou um paraquedas piramidal em 1495, descrevendo em seus cadernos que um dispositivo de pano impermeabilizado poderia permitir a um homem saltar de qualquer altura sem se machucar.
Como o paraquedismo se tornou uma tecnologia viável?
O salto decisivo para a prática moderna ocorreu no século XVIII, quando o francês Louis-Sébastien Lenormand realizou o primeiro salto documentado em 1783, usando um paraquedas rígido de madeira e pano 2. Pouco depois, em 1797, André-Jacques Garnerin surpreendeu o mundo ao saltar de um balão a 900 metros de altura usando um paraquedas de seda sem estrutura rígida, marcando o início do paraquedismo como conhecemos hoje.

No século XIX, avanços como a invenção da mochila paraquedista por Kathchen Paulus em 1890 permitiram que os saltos se tornassem mais seguros e acessíveis. Paulo Cabral Bastos destaca que a introdução do “pilotinho” (um pequeno paraquedas auxiliar) melhorou a confiabilidade da abertura do equipamento. Essas inovações pavimentaram o caminho para o uso militar do paraquedismo, que ganharia destaque nas guerras do século XX.
Qual foi o papel do paraquedismo nas guerras e no esporte moderno?
O paraquedismo militar teve seu marco inicial na Primeira Guerra Mundial, mas foi durante a Segunda Guerra Mundial que se tornou uma tática essencial, com tropas aerotransportadas sendo lançadas atrás das linhas inimigas. No Brasil, o paraquedismo militar ganhou impulso com figuras como Achiles Hypolito Garcia (Charles Astor), pioneiro na formação de paraquedistas e na criação do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (PARA-SAR) em 1963.
Hoje, o paraquedismo é tanto uma ferramenta estratégica quanto um esporte radical. Paulo Cabral Bastos menciona que equipamentos modernos, como paraquedas de asa (parafoils), permitem maior controle e manobrabilidade, enquanto técnicas de salto livre (como o “wingsuit”) elevam a experiência a novos patamares. Competições internacionais e saltos recreativos mostram como uma invenção milenar se transformou em símbolo de aventura e precisão técnica.
Por fim, desde os primeiros experimentos na China antiga até as missões militares de alta precisão e os esportes radicais do século XXI, o paraquedismo percorreu um caminho extraordinário. Para Paulo Cabral Bastos, sua evolução não só salvou vidas e redefiniu táticas de guerra, mas também realizou o sonho humano de voar com liberdade. À medida que a tecnologia avança, o paraquedismo continua a inspirar inovações, provando que, mesmo após milênios, ainda há céus a conquistar.
Autor: Ivan Kuznetsov